Por Felipe Leonard
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Em tempos de grandes desafios, as empresas precisam mais do que nunca de líderes inspiradores, com um profundo nível de consciência a respeito de seu time e da própria organização.
O tema liderança tem mobilizado inúmeros estudos, devido aos seus impactos nas organizações. Um exemplo emblemático são as conclusões produzidas a partir de uma pesquisa realizada nos anos 1930, em Chicago (EUA), no bairro de Hawthorne. A ideia era determinar a relação que havia entre a intensidade da iluminação e a eficiência das trabalhadoras nas instalações da Western Eletric Co, que foram divididas em grupos pelas suas lideranças.
A principal conclusão do estudo foi mostrar a influência dos aspectos sociais e psicológicos sobre a produtividade. Foi esse o grande legado do ocorrido em Hawthorne.
Em suma: a diferença do nível de iluminação não impactou na produtividade das trabalhadoras de Hawthorne. As operárias que passaram a trabalhar mais fizeram isso porque se sentiram valorizadas por receber uma atenção especial da direção da empresa. E esse maior cuidado residia no fato de terem sido escolhidas para participar da pesquisa.
O aprendizado, a partir do experimento de Hawthorne, foi que, quando um grupo de trabalhadores se identifica com a administração, a produtividade tende a aumentar.
De 1930 para cá, muitas mudanças se fizeram sentir nas companhias. Atuamos em cenários extremamente competitivos, com equipes heterogêneas, personalidades diversas e competências idem. Mas as lições sobre o Efeito Hawthorne devem permanecer como reflexão para todos aqueles que pretendem exercer a liderança plena e de forma humanizada.
Hoje, quase um século depois, vemos que o “Efeito Hawthorne” está mais atual do que nunca. Afinal, o componente humano das relações de trabalho sempre vai estar em alta. E, em paralelo, o conceito de liderança com valores deve ser disseminado no mundo corporativo.
Vamos fugir das fórmulas prontas e, em vez disso, cultivar um interesse autêntico para com o outro, estimulando o diálogo e valorizando dos colaboradores. A partir daí, as conquistas para as organizações também serão enormes.
Felipe Leonard, presidente e CEO da S.I.N. Implant System.
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