Pesquisa mede rejeição ao glúten

Pesquisa inédita realizada com mais de 1.500 pessoas de todas as regiões do Brasil mostra que uma grande parcela dos brasileiros está aderindo aos “modismos alimentares” em busca de emagrecimento rápido, retirando de sua alimentação ingredientes como glúten e lactose, de forma indiscriminada, e buscando resultados “mágicos” em alimentos como batata-doce e óleo de coco.

De acordo com a pesquisa, 19% dos entrevistados faz restrição parcial ou total do consumo de glúten, proteína presente em cereais como trigo, centeio e cevada. Desses, 30% cortaram a substância porque querem emagrecer. No entanto, apenas 4% das pessoas que evitam parcial ou integralmente o glúten o fazem pelo fato de terem doença celíaca e por recomendação profissional. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), apenas 1% da população mundial tem a doença celíaca.

Dessas pessoas que restringem o consumo de glúten, apenas 4% disseram ter a doença celíaca e ter tido orientação de um profissional de saúde. Os maiores percentuais são os que querem emagrecer (30%) e os que leram ou ouviram que o glúten faz mal e decidiram cortar por conta própria (22%). Ainda em relação às pessoas que cortaram o consumo de glúten, 85% delas afirmam que nunca se submeteram a exames para identificar a existência de doença celíaca ou sensibilidade ao glúten. Entre todos os entrevistados, 50% acreditam que produtos sem glúten são mais saudáveis, e 44% pensam que produtos sem glúten ajudam a emagrecer.

Quando o assunto é lactose, 28% das pessoas que responderam à pesquisa disseram que fazem restrição total ou parcial do seu consumo. Entretanto, um total de 79% afirmou que nunca fez um teste de intolerância à lactose. O levantamento mostra também que 26% dos entrevistados resolveram cortar a lactose por conta própria, sem consultar um profissional de saúde, e 8% admitiram que tiraram esse nutriente da sua dieta por vontade de emagrecer.

Segundo a pesquisa, além da motivação do peso, muitas pessoas também evitam componentes como o glúten e lactose por acharem que eles podem fazer mal à saúde, devido principalmente à utilização de dizeres como “não contém glúten” e ”sem lactose” em embalagens e anúncios, que acabam gerando a percepção de que tais componentes não são saudáveis.

Alimentos da moda

O levantamento aponta que os “alimentos da moda”, associados ao emagrecimento e à melhora da saúde, também estão cada vez mais presentes no cardápio dos brasileiros e são consumidos no dia-a-dia por boa parte da população, como é o caso da batata-doce (61%), do óleo de coco (24%) e da chia (28%).

A pesquisa foi realizada pela área de Inteligência e Pesquisa de Mercado da Editora Abril especialmente para a Revista BIO, publicação especializada da Nestlé, dirigida a nutricionistas, e ouviu 1.500 pessoas (800 mulheres e 700 homens), de todas as faixas etárias, classes sociais, e de todas as regiões do Brasil.

Seja o primeiro a comentar

Faça um comentário

Seu e-mail não será divulgado.


*