Brasileiro disputará mundial de barismo

Entre os dias 09 e 12 de novembro, será disputado em Seul, na Coreia do Sul, o Campeonato Mundial de Barismo (World Barista Championship), considerado a “Copa do Mundo” do segmento, que reunirá os principais baristas do mundo. Ao todo, serão 60 competidores vindos de todos os cantos do planeta, competindo ao vivo no Café Show Seul. No evento o Brasil será representado pelo tricampeão brasileiro de barismo, Leo Moço, com apoio da BSCA (Brazilian Specialty Coffee Association).

Assim como no futebol, a competição requer muita disciplina e treinamento. Durante todo o mês de outubro, Leo Moço, que é natural do Rio de Janeiro e hoje mora em Curitiba, teve acompanhamento de uma equipe multidisciplinar, que ajudou no desenvolvimento de sua apresentação para o mundial. O treinamento aconteceu diariamente por mais de cinco horas. Pela manhã, o barista, que comanda o Barista Coffee Bar e a microtorrefação Café do Moço, recebeu todo o suporte da equipe selecionada, que incluía até um arquiteto para ajudar na montagem da apresentação. Já no período da tarde, passou por um treinamento prático na máquina de espresso usada no mundial.

No Campeonato Mundial de Barismo, Leo Moço terá 15 minutos para apresentar doze preparos: quatro espressos, quatro bebidas com leite e quatro bebidas originais com a sua assinatura. Para isso, ele selecionou dois grãos especiais. Os espressos e a bebida de assinatura serão feitos com um grão selvagem, de árvores encontradas no meio de uma floresta, na Fazenda Santuário Sul, em Carmo de Minas.

“Nunca vi algo igual na vida. Os pés de café têm mais de 10 metros de altura, o que para a indústria de cafés especiais seria inimaginável produzir qualidade. O produtor Luis Paulo colheu, secou no processo Natural e o resultado é incrível. Não sabemos nem a variedade, só que provavelmente os pés têm mais de 200 anos de história”, conta Leo Moço.

Já para a bebida com leite, Leo usou a sua formação como nutricionista para criar um cappuccino mais saudável. O grão é da variedade Laurina, com baixo teor de cafeína como característica do fruto – 0,3%, contra 1,2% da Bourbon, por exemplo. O café é raro no Brasil e é produzido pela Fazenda Daterra, também de Minas Gerais. “Por ter menos cafeína, o organismo consegue absorver melhor os benefícios do leite. Como hoje boa parte das bebidas que consumimos tem essa combinação, nada melhor do que pensarmos na saúde”, completa.

Hoje, o Brasil é o maior exportador de café do mundo e ajudar a melhorar ainda mais a imagem dos cafés brasileiros no mercado internacional, é uma das metas do barista Leo Moço. “Promover a imagem do café brasileiro no cenário mundial, desmistificar o estigma de que o café brasileiro não é tão bom quanto o de outros países. Vou para o campeonato para promover um intercâmbio de ideias entre baristas e conhecedores de café do mundo inteiro, para desenvolver os produtores locais”, completa.

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