Por André Rezende
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Assistimos a uma ameaça de crise importada de fora sem causa real que a justifique em nosso país.
O medo multiplica os efeitos da crise, através do ciclo negativo em que a expectativa de retração leva a demissão, que leva a retração real, que cria expectativas ainda mais negativas e assim por diante, em uma espiral depressiva.
Na nossa empresa, suspendemos quaisquer demissões por razão de redução de custos por um prazo de 60 dias.
Há dois aspectos envolvidos:
- O primeiro seria fazer o pessoal interno da empresa se identificar mais positivamente com a mesma e incorporar todos os colaboradores à luta contra o desperdício, postura que pode ser mantida no pós-crise (ou pós-marola),
- O segundo, mais pretensioso, seria motivar outras empresas a adotar postura semelhante, gerando uma contraposição à espiral depressiva gerada pelas expectativas negativas.
As médias e pequenas empresas são os grandes empregadores do nosso país. Nossa proposta é desafiar outras empresas a adotar a mesma postura e que sirvamos de referência. Cada um pode divulgar a ideia através das redes de relações das quais participa.
O efeito danoso da queda das exportações e saída de capitais poderia ser, ao menos parcialmente, compensado por investimentos públicos e medidas de incentivo ao mercado interno. Se verificarmos adesão significativa à proposta, podemos multiplicar seu alcance através da imprensa e entidades de classe, gerando novas adesões e criando outros mecanismos que motivem uma ação mais decisiva do setor público.
O momento atual oferece uma oportunidade especial para que o Brasil realize o seu potencial e assuma papel mais representativo no mundo. Não devemos deixar passar esta oportunidade e estamos em excelentes condições de aproveitá-la, dadas nossas riquezas naturais, a estabilidade de nossas instituições, a tecnologia de que já dispomos, a dimensão de nosso mercado interno e o já comprovado vigor de nossa classe empresarial.
André Rezende – Diretor da Prática Produtos Ltda.
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